sexta-feira, 13 de julho de 2007

O MENINO TONECAS
Onde está o meu menino Tonecas? Quero saber dele.
Olho vivo, graça ligeira. Luz inteligente nos olhos brilhantes de mafarrico.
As suas critícas, as mais acerbas por tão justas, eram o farol que me guiava. Transmutava-as em incentivos afectuosos, em gargalhadas francas de menino traquinas.
E eu ria com ele. Ríamos e ficávamos sempre amigos.
Era um menino-homem que me aparecia nas aulas com raminhos de violetas e um sorriso maroto de criança indomável.
O menino Tonecas adiou o mais que pôde a vida adulta, chata pela monotonia cinzenta.
O menino Tonecas é engenheiro, foi professor universitário, e faz muitas pessoas felizes pelo carinho com que guarda afectos e não os esquece.
Hoje acordou e sentiu-se só.
Escreveu-me uma cartinha em que percebi que estava muito triste.
A certa altura dizia assim:"Continuo desempregado e sem quaisquer perspectivas".
Meu querido aluno que tanto me ensinaste, todas as perspectivas estão abertas! Cabeça erguida! De novo. Como sempre.
Se virem por aí o Tonecas, digam-lhe que gosto muito dele. E fiquem todos sabendo que esta não é uma estória com um final triste.
Um dia destes, o menino Tonecas aparece aqui e vocês vão ver o que é criatividade e sobretudo uma imensa, explosiva por vezes, HUMANIDADE.

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